Aquela Porta
Não, eu não queria que isso se repetisse, já havia decidido tomar um novo caminho. Mas a teimosia fez-me ingénuo, e quase como um inocente entrei naquela porta, me joguei por aquela porta, me atirei naquela porta.. e que porta! Nem lembro se ela estava fechada, mas fui com tanta força que quebraria qualquer cadeado.
Fiz-me prisioneiro voluntário, carcereiro de mim mesmo, abdiquei-me da razão e pensei "esta será minha ultima tentativa, sei que vai dar certo".
Seria meu erro entrar tantas vezes na mesma porta? Ou o erro está na forma como entrei? Nem sei, mas depois que entrei o erro maior foi ter permanecido.
Ela disse "por favor, limpe os sapatos no tapete", aquele tapete era tão bonito! Apenas uma pessoa insensível encostaria o couro feito para pisar em barro naquela obra de arte. Tirei os sapatos, entrei descalço, fui recebido com a maior hospitalidade possível. Me senti como se estivesse em meu lar, que tolo, aquele não era meu lar.
Vários dias passei ali como se fosse minha casa, como se aquela fosse minha família. Em uma tarde como tantas outras decidi brincar com os cães que estavam no quintal. Mas para eles eu ainda era um estranho, a maior dor não foi aquela mordida em minha mão, foi a dor de abraçar um irmão e receber um tapa como recompensa, foi a dor de ter sido ingénuo a ponto de achar que poderia pertencer aquele lugar. A decepção maior foi comigo mesmo, porque sempre soube que não tenho lar.
Agora sigo meu caminho, vez ou outra entro por aquela porta, mais sou apenas uma visita naquela ou em qualquer outra casa, e assim quero continuar sendo. Essa foi a ultima vez. Sou gato vira-lata, eu sou da rua.
Não, eu não queria que isso se repetisse, já havia decidido tomar um novo caminho. Mas a teimosia fez-me ingénuo, e quase como um inocente entrei naquela porta, me joguei por aquela porta, me atirei naquela porta.. e que porta! Nem lembro se ela estava fechada, mas fui com tanta força que quebraria qualquer cadeado.
Fiz-me prisioneiro voluntário, carcereiro de mim mesmo, abdiquei-me da razão e pensei "esta será minha ultima tentativa, sei que vai dar certo".
Seria meu erro entrar tantas vezes na mesma porta? Ou o erro está na forma como entrei? Nem sei, mas depois que entrei o erro maior foi ter permanecido.
Ela disse "por favor, limpe os sapatos no tapete", aquele tapete era tão bonito! Apenas uma pessoa insensível encostaria o couro feito para pisar em barro naquela obra de arte. Tirei os sapatos, entrei descalço, fui recebido com a maior hospitalidade possível. Me senti como se estivesse em meu lar, que tolo, aquele não era meu lar.
Vários dias passei ali como se fosse minha casa, como se aquela fosse minha família. Em uma tarde como tantas outras decidi brincar com os cães que estavam no quintal. Mas para eles eu ainda era um estranho, a maior dor não foi aquela mordida em minha mão, foi a dor de abraçar um irmão e receber um tapa como recompensa, foi a dor de ter sido ingénuo a ponto de achar que poderia pertencer aquele lugar. A decepção maior foi comigo mesmo, porque sempre soube que não tenho lar.
Agora sigo meu caminho, vez ou outra entro por aquela porta, mais sou apenas uma visita naquela ou em qualquer outra casa, e assim quero continuar sendo. Essa foi a ultima vez. Sou gato vira-lata, eu sou da rua.
Lucas Victor,
ResponderExcluirO texto li outra vez, mas gostei mesmo foi do finalzino, ficou poético:
"Sou gato vira-lata, eu sou da rua."
Agora fico pensando onde amarrei minha égua?
Eu pensando que tu eras um desses bichinhos com pedigree. Oh céus.
beijos purissímos.
ah minha guru,
ResponderExcluircomo todo gato gosto de ser tratado como rei,
mas no fundo no fundo meu lugar é nas ruas,
sou desses bichinhos que você pega na rua, se apaixona por ele depois ele vai embora, e deixa só saudades.
por isso aviso logo pra não se apaixonar (risos)
beijos felinos
Que rei?
ResponderExcluirNo maxímo tu podes estar chegando a princípe. E olhe lá. Precisa cantar muito em meus ouvidos pra elevar-se a rei do meu mundo de cocais. Mas tem feito progresso. (risos)
Quanto a ser de rua, arisco e APAIXONANTE, isso eu já sei.
Quanto a me apaixonar, recuso-me de ter lido tal aviso. Ele já não me serve mais. (digo chegou tarde)
E agora, vou correr mundo em preto e branco na Velha estrada do Arroz? E com quem eu ocuparei meus pensamentos para tal expedição? Gatos? Reis? Princípes ou as mais belas jandáias que meus olhos ja viram?
Beijos desavisados
Se eu for seu bobo da corte já será uma honra..
ResponderExcluirInda mais nessa estrada do arroz (risos)
humm.. essa estrada do arroz!
kk
beijos reais