Relembrei e contei

Sempre fui um preguiçoso, e apesar de achar muito bonito alguém lendo um livro, sou um leitor fraquinho.

na escola nem lia os livros de literatura, geralmente pegava o resumo no boca-a-boca com os amigos.


meu primeiro contato com poesia foi com 11 anos,

eu morava no Pará, em um povoado chamado Maracajá.

As pessoas da escola onde eu estudava tinham uma mania muito peculiar,

as meninas mandavam cartinhas para os meninos e vice-versa.

nas cartas eram escritos pequenos poemas e frases de amor,

exemplo:


De: Jocelino

Para: Creusonilda

" Meu abc pegou fogo e corri para apagar,

apaguei a letra C e o resto deixei queimar."

"se você quer saber o quanto eu te amo,

multiplique as estrelas do céu pelas gotas do oceano"

E no final tinha escrito algo do tipo: "me encontre de traz do muro depois do recreio"

Era uma coisa meio estranha, porque os encontros eram sempre marcados assim. E todo mundo sabia várias frases de amor.

Vez ou outra na escola aparecia alguém vendendo livrinhos de poetas regionais por 1 real. Os poemas eram sempre claros, e até meio clichê.

coisas do tipo: "Quando te vi me apaixonei, por teus lindos lábios me encantei"

Na época eu tinha uma caderneta com vários desses poemas escritos, e alguns que eu havia inventado ( já dei um fim nessa caderneta a muito tempo. graças!)

Depois na escola aqui em imperatriz tive contato mínimo com camões,

li um livro velho de poesia que só me lembro da capa que tinha estampada a cara de Cristo,

me encantei por Carlos Drummond de Andrade,

minha irmã me mostrou na internet o site www.pensador.info, nele eu tive contato com vários pensamentos e pensadores.


por enquanto é assim que escrevo:

lugar comum, simples, vulgar como os versos de minha infância,

misturados com o jeito livre e moderno de Drummond.

Escrevi pouco até agora, porque nem tenho muito sobre o que escrever.

Até agora.

Minha pobre poesia, que é pobre mas é minha.

Comentários

  1. Lucas Victor,

    Gostaria de te sugerir que se ainda não viu, que vejas o filme "O LEITOR". É de uma poesia deliciosa de ver e penso que farás uma reflexão sobre leitura. Sei que gostas de ver filmes, então não vai ser um sacrifício.

    Ler esse post, se fez de um momento único e muito especial. Apresenta muito de sua infância ainda latente e visível, mesmo quando já pareces tão crescido. Quando ressalto esse lado criança, não é para te denominar infantil. Nada nem parecido. É somente para destacar o quanto é importante esse resgate, essa reconstrução momentânea de uma fase tão importante para ti.
    Fico cada vez mais "ditosa" de ver essa teu encontro contigo mesmo, tão leve, livre e tão importante.

    Escreva sobre aquilo que te der prazer e paz ou ainda sobre o que te inquietas, te angustias ou carece de questionamentos. Escreva, escreva, escreva.

    Sendo eu: "Terra ou bosta do boi, lodo de tuas pedras..." Vou estar aqui, te olhando e pautando meu carinho para com tudo aquilo que tu achares conveniente que eu opine.

    beijos pautados

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  2. A babaçu diz tudo e nunca dá pra dizer nada, mas minha primeira namorada eu consegui dizendo que se ela nao namorasse comigo eu ia estrangular ela e deu certo. :D

    abraços estrangulantes kkkkk

    Aldo

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  3. Eita Aldinho romântico... Mas de vez enquando só funciona assim!!!!!

    beijos romanticos

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